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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

EMAGRECIMENTO SAUDÁVEL 
Rosângela Nascimento
1ª PARTE

Para que se possa emagrecer e permanecer magro é necessário que se tome consciência do seu comportamento em relação à comida, entenda essa relação e mude para um comportamento funcional. Come-se rápido, sem saborear o alimento, sem prestar atenção ao contexto da alimentação, sem saber se está com fome, simplesmente com vontade de comer ou se o alimento tem outro valor agregado.

A maioria das dietas não funcionam para manter o peso, exatamente, porque são muito “calculadas”, “metódicas”, não levam em consideração a pessoa envolvida no processo, suas fases, suas dificuldades, suas emoções, sua forma de lidar com o mundo e, principalmente, consigo mesma. Pode-se até emagrecer se o objetivo for muito importante, porém, quando se atinge esse objetivo, volta-se a ganhar peso.

Esse é o risco de se emagrecer sem trabalhar todo o processo que envolve o emagrecimento e a manutenção dessa conquista. Há relatos de pessoas que restringem tanto a alimentação, e sofrem com isso, que ficam ansiosas para chegar ao peso almejado para voltar a comer o que gostam. Abre-se uma exceção hoje, outra amanhã, e assim vão caminhando, sem consciência da armadilha que estão criando para si mesmas. Com o tempo, e às vezes, em pouco tempo, o peso retorna.


2ª PARTE 



Muitas vezes recebo pacientes que relatam dificuldades para emagrecer. Quando os relatos são feitos em grupos de atendimentos, fica ainda mais claro que, na verdade, os motivos podem ser meras desculpas de quem gosta de comer e que ainda não conseguiu sair do planejamento para uma ação e focar em uma alimentação mais saudável. Os motivos são os mais variados: “Moro sozinho (a), é muito difícil cozinhar para uma pessoa só, acabo comendo qualquer coisa ou pedindo algo pelo telefone”. Outra pessoa se manifesta e diz: “Ah, se eu morasse sozinho (a) seria muito mais fácil, o problema é exatamente quando se tem mais pessoas em casa, tenho que fazer comida diferente para cada um, meu filho quer um prato, minha filha outro, meu marido outro e, assim, acabo comendo de tudo, é muita tentação e não resisto.” Outro complementa: “O pior é quando não se pode comer em casa, fico comendo na rua, a comida nem sempre é saudável, leve, e, além disso, são muitas opções, sem perceber, coloco muito no meu prato, e, como não sei desperdiçar, acabo comendo tudo.” “Esperem, diz outro, comer na rua é muito melhor, porque você tem mais opções de salada, você precisa é ter disciplina na hora de colocar no prato, porque, em casa eu não tenho como variar muito nas saladas, e sem muitas opções, exagero no arroz com feijão ou macarrão. Ainda aparecem relatos do tipo: “O meu problema é pior, corro o dia todo, sem tempo para nada, e quando chego em casa, é quando posso relaxar e comer com mais tranquilidade, perco o controle e exagero.” “Ah, prá você ainda é bom, você só exagera à noite, porque se ocupa durante o dia. Eu fico à toa o dia todo e como sem parar, costumo dizer que faço somente uma refeição e ri,  começo a comer de manhã e só paro na hora de dormir.

Bem, acham que para por aí? Não. “Olha, vou dizer prá vocês, alguém relata: o pior são as festas, tenho um monte delas. Como resistir às tentações de bebidas, guloseimas?  Minha vida social é muito intensa.” "Acho que eu me viraria bem no seu caso, diz outra pessoa do grupo, prá mim é mais difícil, porque não tenho vida social alguma, minha vida é um tédio, só me resta a comida como companhia e consolo.”

Ainda existem os motivos para se comer ou não comer, emagrecer ou não emagrecer, de acordo com a estação do ano e as festividades. Acompanhem os relatos a seguir. “Comecemos por janeiro. Janeiro não é época de pensar em emagrecer, estou de férias, não quero ficar pensando em me controlar. Fevereiro  ou março temos o carnaval, afinal, sol, praia, combina com cerveja, peixe frito, muita descontração. Quem resiste? E março? Março, quando não é carnaval é Semana Santa, chocolate, bacalhau, vinho. Ninguém é de ferro... ganha-se ovos de páscoa, não tem como não comer? Fica feio recusar presente.

Quando parece que se abre uma brecha no calendário para, finalmente, começar a emagrecer, chega o frio. Ah, o frio! Quem aguenta salada no frio? No frio é bom comer massa, tomar vinho, comer foundee, tomar caldos. Aliás, emendando e completando o frio, temos as festas juninas, julhinas que, hoje em dia, quase chegam em agosto. E daí, teremos canjicas, e claro, com bastante amendoim, coco, leite condensado, etc... E bebida, muita bebida branca, bem calórica. E, claro as férias de julho, interior ... comida de interior é muito boa. Como não aceitar o que oferecem? Seria muita falta de educação. Eu quase não fico com minha família, julho é a época ideal para isso. E o que posso fazer, minha família adora comer. Não posso fazer essa “desfeita” com eles.

Ufa! Acabou? Não. Em setembro, tem feriado, em outubro também, em novembro, tem dois. E como assim? Restringir alimentação nos feriados? Nem pensar. E aí, chegamos finalmente em dezembro? Época para emagrecer? Será? Final de ano, preciso entrar no vestido da formatura, do casamento, do Natal, da virada do ano, corpinho em forma para o verão, praia, biquíni. Quem sabe se eu malhar todos os dias, entrar numa dieta “da sopa” ou outra qualquer da moda, eu não consiga perder uns quilinhos? Tá, então vou começar na segunda. Não, segunda não, todos dizem que vão começar a dieta na segunda, isso não vai funcionar, vai parecer promessa de quem tem “alma gorda”. Melhor deixar para a terça. E claro, vou pular os finais-de-semana, porque,  afinal, ninguém é de ferro, preciso de uma folga.”
                                                           
3ª PARTE


Engana-se quem pensa que a pessoa magra não controla sua alimentação, e, consequentemente seu peso. Se não houvesse controle, ela também estaria acima do peso. Porém, esse controle é implícito, automático. Vocês podem percebê-los através de frases como: “Não estou afim.“ ”Não quero mais.” “Não gosto disso.””Se eu comer isso agora, vai atrapalhar meu almoço”. “Do que isso é feito mesmo? Ah, não, não quero, obrigada, não gosto.” “Estou sem fome, acabei de almoçar, depois eu como isso”. “Acabei de comer um sanduiche. Credo, acho que outro desse somente daqui a um mês. Não agüento nem ouvir falar disso agora.” “Não estou bem e isso me deixa sem fome.” “Nem acredito que vou ter que comer, que preguiça”. “Passou muito da hora do almoço, agora, perdi a vontade de comer.” Uma pessoa magra diz prá você que está morrendo de fome, que precisa comer, e, quando come, com certeza, é um terço do que você comeria se estivesse “sem fome”. Uma paciente minha costuma dizer “chega a ser revoltante”.






3 comentários:

Juh ♥ disse...

Muito bom o texto! Precisamos entender que comida serve apenas para abastecer o corpo, não devemos viver em função dela.

Anônimo disse...

Oi gente adorei os texos e me vi em varias falas pois tenho uma vida social movimentada viajo muito e como na rua a semana toda ou seja como vou emagrecer!Bem participo do grupo a dois anos e ja emagreci muito bem obrigado mantendo as mesmas rotinas so fazendo escolhas melhores, e quantidades menores, ja cheguei la agora quero mais..........
um grande beijo
nelci rodrigues

DRA. ANDRÉA - BH disse...

Excelente colocação!
Será que poderia me ajudar? Estou entrando na menopausa e preciso urgente emagrecer com saúde, trabalhar minha cabeça para sair de sedentarismo e voltar aos meus 65kg.
Andy